sexta-feira, junho 18

modinha catarina



Junho é um mês riquíssimo. Dia 9 foi o Diladay, dia 16 o Bloomsday, dia 17 o Isisday e hoje é o Ninaday, motivo pelo qual repito a publicação do poema que dediquei a ela.


para nina rizzi, poeta que é
amiga também



foto: Mário Cravo Neto


um bosque de pedra e de espinhos
no rubro raso cáustico da catarina
é a parte que me cabe no paraíso
que a brisa do brasil não beija nem balança
mas boceja sob um anil eternamente estio
que nenhuma nuvem pastoreia
e onde homem algum com algum juízo
ergue casa, cria bode, semeia

mas se tocou-me − e tocou-me de meia −
ao sócio crédito rural, a mim a areia
deste bosque esquecido de verde e de água
é minha, não dele, a maior riqueza:
os diamantes cintilando no céu da madrugada.

é então que da minha alma ressequida
esvaecem as trevas e toco na velha viola
esta modinha que celebra a minha vitória


Fred Matos

8 comentários:

Carla Luma disse...

Êba! Sou a primeiríssima hoje. Niver da Nina? Que fofo. Bela homenagem, Fredinho.
Beeeiijos

Fred Matos disse...

Obrigado, Carlinha.
Beijos

Mari Amorim disse...

Passei para ler seus poemas, e desejar-lhe um excelente final de semana,Boas energias,
Mari

Fred Matos disse...

Obrigado, Mari.
Ótimo fim de semana pra você também
Beijos

Joaquim Maria Castanho disse...

Décimo Primeiro Cálice


Andam rosas autênticas sob o estampado de outras mais e-reais
Que umas sendo arte reproduzem aquelas originais primeiras
Não se sabendo agora reconhecer a autoria sufixa dada e às quais
Sim, quais foram e são as verdadeiras, se aquelas das roseiras
Ou estas @qui alvas subtis e glamorosas mais belas que as demais?


Mas se gerar confusão esse romance assim sumariado no viés alfim
Saiba-se então, que o soletrado afélio da rima é ainda mais para mim
Onde aquela cujo nome me cresce à prontidão e entendimento atendido
Se faz poema aceso-verso e sinal, estrofe de si a quadrar puro sentido
Como se fora a Aurora ao fim do dia ou Vénus a pôr-se no Nascente
Tudo trocado, nisto somado assente fica, que viver é bem mui pouco
Pois põe-me o sentido louco, se quem deveras amo está flor ausente.


Porém se caminha indica também caminho e é bússola desse raminho
Haste de folha verde que a sustém no carinho da esperança sinuosa
A subir amparada na roseira de asilo sem o espinho da rosa verdadeira
Que destino estampado na seda, algodão ou linho é a mais real maneira
De beber a fé primeira vestida de veludo nos lábios de pétala da rosa.

Unknown disse...

Nina sempre merece o carinho do mundo! E se veio por suas mãos, Fred,
melhor ainda!

O "mantra" já foi ellenizado hoje!

Beijos

Mirze

Fred Matos disse...

Agradeço-lhe a visita e poema, J. Maria.
Grande abraço

Fred Matos disse...

É, a Nina merece sim, Mirze.
Grato por vir e comentar.
Beijos

pesquisar nas horas e horas e meias