
ilustração: Alessandro Bavari
"sol rumo ao sono, sombras sobre o oceano"
Homero
do Canto 11 da Odisséia
tradução: Augusto e Haroldo de Campos
e Décio Pignatari, via Ezra Pound
quando eu estiver batendo os pinos
com a boca banguela, gordura na pança
das paixões só me restarem lembranças
escreverei os meus versos alexandrinos
mas é preciso antes ter perseverança
para estudar a métrica da idade média
e outras tantas regras que a enciclopédia
informa que tiveram origem na França
não creio porém que seja uma tragédia
abandonar no fim da vida os versos livres
pior será não mais gozar dos dias incríveis
que tornaram a minha vida esta comédia
perdoe-me, Homero, se no dístico o profano:
sol rumo ao sono, sombras sobre o oceano.
Fred Matos
20 comentários:
Poemaço!
Uau,Fred, arrasou com ou sem os versos alexandrinos...bom demais. Beijo
Que poema lindo, versos perfeitos.
Bjs
Mila Lopes
Grato, Sulvio, pela visita e gentil comentário.
Abraços
Obrigado, Adriana.
Beijos
Bondade sua, Mila.
Obrigado.
Beijos
belo,belo,
abraço
Obrigado, Assis.
Abração
Fred,
Obrigada,e excelente semana pra vc,sucesso!
Boas energias,
Mari
Obrigado, Mari.
Beijos
Nossa! Fazia tempo que eu não vinha aqui… está simplesmente lindooooo o cantinho novo! Ameeei!
Os versos emocionante.
BeijooO'
eita, Fred, arrasou!
beijo e beijo.
que beleza, Fred!
só não gostei da boca banguela (que isso me dá arrepios)...rs
brincadeira, gostei de tudo.
Ótimos versos!
beijos
Obrigado, Valéria, deixa-me contente a sua visita e comentário.
Beijos
Que bom que você gostou, Márcia.
Obrigado.
Beijos
Mas eu ainda tenho dois dentes, Andrea.
Agradeço-lhe pela visita e comentário.
Beijos
Fred, fantástico! Confesso que no início fiquei olhando a ilustração do poema pensando "taí, esse lugar eu não reconheço" - levei um segundo para entender que esse post não era sobre a sua viagem! rsrs tudo bem, é o frio! Obrigada pela visita! Um beijo, Deia
Sou eu que agradeço, Deia, pela visita e comentário.
Beijos
Meu caro, Manuel Bandeira sonetou até o fim de sua vida. Numa conversa que teve com Drummond, quando este iniciava-se na poesia, perguntou-lhe se ele possuía um soneto dentre os tantos poemas que o mineiro lhe apresentava. Drummond respondeu que sim. E Bandeira disse que sabendo ele dominar o soneto poderia dominar as outras fôrmas. E assim também não é na arte? Os grande pintores, por exemplo, tinham pleno conhecimento da arte clássica, pois não? Picasso, Modigliani... Mas claro que o que falei você já sabe. Fi-lo para ilustrar que gostei de seu poema e que sonetar ou versejar em versos regulares não é uma queda em sua poesia, e sim uma extensão da mesma.
Grande abraço,
"sonetar ou versejar em versos regulares não é uma queda em sua poesia, e sim uma extensão da mesma."
Eu sei que não, Rodrigo. Na realidade eu sinto mais dificuldade em conseguir um bom poema livre que quando apoiado nas fôrmas e nas rimas, que me chegam com naturalidade. Se eu não me vigiar só sai soneto.
Abração
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