ilustração: Fred Matos - Dila em Inhotim
Madrigal Melancólico
O que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil, tão luminoso,
- Ave solta no céu matinal da montanha.
Não é a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti,
Não é a mãe que já perdi.
Não é a irmã que já perdi.
E meu pai
O que eu adoro em tua natureza
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti
- lastima-me e consola-me!
O que eu adoro em ti, é a vida.
2 comentários:
Tá bonita esta casa, uma pena que hoje estou em uma tristeza de arrastar a alma, chorando a morte do cão, nunca pensei que iria sentir essa dor de tristeza daquela bola de pêlo de 60 quilos, um misto de culpa por tê-lo tratado a vida toda como cachorro, por não ter saído pra passear sempre com ele...
Volto outro dia com mais alegria.
Me escreve que te repasso a senha do poetas beijos doloridos
Ah! Frô, a vida é assim mesmo: dias bons e dias ruins se alternando. A alegria da chegada, a tristeza das perdas.
Venha sempre, amiga querida.
Beijos pra você e pra Marina, que deve estar ainda mais triste que você.
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