ilustração: Foto de Fred Matos
catando seixos e conchas,
aninhados no regaço da saia,
ela não se dava conta
que só porque passava
iluminava a minha a praia.
todo o universo, eu creio,
ela tinha na cambraia
atada rente ao ventre,
mas, inopinadamente,
deitou na areia as alfaias.
foi deste inesperado parto
que nasceram todos os astros
visíveis da minha aldeia,
que é onde a lua cheia
deixa na água seu rastro.
depois, nua, a sereia
sumiu no mar para sempre,
deixando comigo seus trapos
e a ilusão de que um dia
venha viver nos meus braços.
aninhados no regaço da saia,
ela não se dava conta
que só porque passava
iluminava a minha a praia.
todo o universo, eu creio,
ela tinha na cambraia
atada rente ao ventre,
mas, inopinadamente,
deitou na areia as alfaias.
foi deste inesperado parto
que nasceram todos os astros
visíveis da minha aldeia,
que é onde a lua cheia
deixa na água seu rastro.
depois, nua, a sereia
sumiu no mar para sempre,
deixando comigo seus trapos
e a ilusão de que um dia
venha viver nos meus braços.
Fred Matos
2 comentários:
Fred,
gosto do poema. veja só, tão belo:
"foi deste inesperado parto
que nasceram todos os astros
visíveis da minha aldeia,
que é onde a lua cheia
deixa na água seu rastro."
beijo,
mariah
P.S. Obrigada, Fred. Já alterei o fundo de " o pó da escrita".
Obrigado, Mariah, fico contente por você gostar.
Beijos
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