Foto: Adenor Gondim
a treva enorme da noite o vento frio
um grito apavorante um gato negro
passos pesados vindos do pântano
não tive como conter meu medo
corri na direção da sebe escura
a terra tremeu fui engolido
na queda perdi os sentidos
batia a cabeça quebrei um joelho
desejei que fosse um pesadelo
que nada daquilo fosse verdade
não creio merecer a crueldade
de ter cobras penteando o meu cabelo
no ninho de ofídios me vi perdido
rios de peçonha injetados nas veias
eu era o prato principal da ceia
e a carniça seria reduzido
desejei que a morte viesse ligeiro
para aliviar meu sofrimento
mas meu violento lamento
havia despertado uma feiticeira
nada antes me aterrorizara tanto
como o abraço gelado da megera
preferia ser panqueca de pantera
que amante daquele espanto
levou-me a uma úmida caverna
sarou minhas feridas a tarada
velou meu sono mil madrugadas
me manteve longe da baderna
um dia a peguei desprevenida
e o cheiro de sangue ainda quente
invadindo o meu corpo e minha mente
foi o afago que lhe fiz na despedida.
Fred Matos
um grito apavorante um gato negro
passos pesados vindos do pântano
não tive como conter meu medo
corri na direção da sebe escura
a terra tremeu fui engolido
na queda perdi os sentidos
batia a cabeça quebrei um joelho
desejei que fosse um pesadelo
que nada daquilo fosse verdade
não creio merecer a crueldade
de ter cobras penteando o meu cabelo
no ninho de ofídios me vi perdido
rios de peçonha injetados nas veias
eu era o prato principal da ceia
e a carniça seria reduzido
desejei que a morte viesse ligeiro
para aliviar meu sofrimento
mas meu violento lamento
havia despertado uma feiticeira
nada antes me aterrorizara tanto
como o abraço gelado da megera
preferia ser panqueca de pantera
que amante daquele espanto
levou-me a uma úmida caverna
sarou minhas feridas a tarada
velou meu sono mil madrugadas
me manteve longe da baderna
um dia a peguei desprevenida
e o cheiro de sangue ainda quente
invadindo o meu corpo e minha mente
foi o afago que lhe fiz na despedida.
Fred Matos
2 comentários:
mente e corpo
sempre deixam um adeus
na caverna sangrenta
de toda mulher
Abração, amigo Iosif
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