domingo, março 8

asas tortas



ilustração: James Jean 

quando Ícaro disfarçado
com penas de gaivotas
fugiu do labirinto de Creta
ainda não se tinha inventado
Super Bonder ou Araldite
mas em verdade se diga
que o problema não foi a cola
foi a meta
excessivamente ambiciosa
tal tem sido a deste poeta
que com versos de asas tortas
e rimas desusadas
escreve textos sobre o nada
contesta a circunferência da roda
e rola de rir com as fantasias
que nestas horas e horas 
                                    e dias
faz supor que lhe promete
um Narciso que se admira
em espelho que não reflete.


Fred Matos
08/03/2009

18 comentários:

Anônimo disse...

Este seu belo poema que fala de Ícaro me fez lembrar de uma poesia musicada do Kooji-Kuma, fortíssima.

Gostaria de te enviar a música, podes me passar seu email?

Beijos!

Fred Matos disse...

Claro, Camila:

cfmmatos@terra.com.br

Obrigado.
Beijos

Anônimo disse...

poema encantador.

bjosss...

Fred Matos disse...

Obrigado, Nanda.
Beijos

Mari Amorim disse...

Fred,
Agradeço sua tão gentil visita,
ainda bem que essa gaivota,não se deixou aprisionar pelas colas...
muitas vzs,achamos que o espelho não reflete...,Lindo!
Um abraço na alma
Mari

Fred Matos disse...

Obrigado, Mari
Beijo

Anônimo disse...

o nosso poeta nos leva
ao labirinto da mitologia
com muita delicadeza
e bastante ironia
o Minotauro espuma de raiva
é Narciso chora a imagem da irmã no lago
e eu viajo pra Bahia onde conheci faz algum tempo sua mitologia
e ali no mar espelho vejo refletidas
os belos rostos morenos de olhos verdes

abraço, amigo

gloria disse...

essa teias que nos enredam de poesia têm destino incerto; rimas, acidentais, asas tortas, labirintos que nos levam ao lugar de onde partimos: a vontade de se ver desenhado, traduzido em palavras, lido através de olhos capazes de enxergar. belo!

adri antunes disse...

reflete, sim!!
Fred, obrigada pela visita! seu blog é cheio de poesia, adoreei! vou volta, certamente!
no mais, um abraço grande e desejos de boa segunda!

Fred Matos disse...

Uma pena que eu não vá
à Bahia nestes dias,
pois gostaria imenso
de encontrar-me contigo,
Iosif amigo.

Abração

Fred Matos disse...

Obrigado, Glória, pela leitura e comentário.
Deixou-me contente.
Beijos

Fred Matos disse...

Ótima segunda pra você também, Adri.
Espero que venha sempre.
Obrigado.
Beijos

Adriana Godoy disse...

Belo poema, Fred. A mitologia junto ao contemporâneo. O último verso brilhante. Bravo! Bj

PS:Oi, tem um poema meu no poema dia hoje. Se der passa lá, tá? Beijo

http://poemadia.blogspot.com/

Anita Mendes disse...

gostei demais desse poema.A poesia não tem porque ,e nem precisa, a sua existência já é o suficiente, não é?
obrigada pela visita no Serendipities .voltaremos por aqui mais vezes...
Saludos Fred .
Anita.

Ava disse...

Fred, essa a vantagem de se ser Poeta!
Poder brincar com as palavras, num bailado desconexo, e no final, sai um lindo poema!

Parabéns!

Um beijo avassalador!

Fred Matos disse...

Obrigado, Adriana.
Claro que dá, faço questão de ir: você sabe que gosto muito da sua poesia.
Beijos

Fred Matos disse...

Exatamente, Anita: a poesia não precisa de porquês.
Que bom que gostou.
Espero que sim, que venha outras vezes.
Obrigado.
Beijos

Fred Matos disse...

Deixou-me contente a sua leitura e comentário Avassaladora
Obrigado.
Beijos

pesquisar nas horas e horas e meias