ilustração: Van Gogh - Fishing in Spring, Pont de Clichy. 1887
falemos sobre as pequenas coisas que nos cercam
falemos vagarosamente para que durem
um mínimo instante além do tempo que as fitamos
para as grandes coisas
já dedicamos toda a nossa pressa
e ela não foi capaz de nos dar conforto
nem de solucionar os graves problemas humanos
dediquemos às pequenas coisas um olhar preguiçoso
melhor ainda
façamos um pacto de silêncio enquanto caminhamos
de mãos dadas como Ricardo e Lídia à beira do riacho
onde eu nunca me havia dado conta
dos pés de avenca na sombra amarela do Ipê
façamos um pacto de silêncio para ouvir os pássaros
façamos um pacto de silêncio para ouvir as águas
e os seixos que rolam no seu leito
façamos silêncio para ouvir o vento
façamos silêncio porque as palavras estão gastas
como os seixos que rolam ao sabor das circunstâncias.
Fred Matos
falemos vagarosamente para que durem
um mínimo instante além do tempo que as fitamos
para as grandes coisas
já dedicamos toda a nossa pressa
e ela não foi capaz de nos dar conforto
nem de solucionar os graves problemas humanos
dediquemos às pequenas coisas um olhar preguiçoso
melhor ainda
façamos um pacto de silêncio enquanto caminhamos
de mãos dadas como Ricardo e Lídia à beira do riacho
onde eu nunca me havia dado conta
dos pés de avenca na sombra amarela do Ipê
façamos um pacto de silêncio para ouvir os pássaros
façamos um pacto de silêncio para ouvir as águas
e os seixos que rolam no seu leito
façamos silêncio para ouvir o vento
façamos silêncio porque as palavras estão gastas
como os seixos que rolam ao sabor das circunstâncias.
Fred Matos
22 comentários:
Ilustração Lindaaaaaaaaaaa!
Poema digno da ilustração.
Esse sil~encio que fala tanto, que é tão revelador e tão necessário para dois continuarem a ser...apenas ser!
beijo
.............cris Animal
FRED,
O que dizer? Façamos um pacto de silêncio,diante dessa maravilha!
beijos,
Mari
adoro esse silêncio.
/
faço fácil esse pacto
beijo
silencio saboreando o poema, muito bom!
bjos
bucólico.
com certeza as palavras ja estão gastas, por isso dexo so um bj.
"façamos silêncio para ouvir o vento
façamos silêncio porque as palavras estão gastas", sim mas sempre se descobrem novos sentidos para elas. Belo poema, Fred, um encanto mesmo. Bj
Claro que a ilustração é muito melhor que o poema, Cris.
Obrigado.
Beijos
Obrigado, Mari.
Beijos
Pacto feito, Luisa.
Obrigado.
Beijos
Agradeço-lhe, Mercedes.
Beijos
Fico-lhe grato pela visita, leitura e comentário, Carolina.
Beijos
Beijo retribuído, Nanda.
Obrigado.
É verdade, Adriana.
É para isso que serve a poesia.
Obrigado.
Beijos
É preciso silêncio por vezes. Nele estão muitos pormenores da vida. *
É verdade, Andreia.
Agradeço-lhe a visita, leitura e comentário.
Beijos
gostei demais fred!
me bateu uma afinidade grande com esse sentir silencioso e sutil
que seu poema aponta
apontar para para essas horas e horas e meias que você sempre nos apresenta
para esse estar no mundo
com a sola dos pés na terra
e atento ao mínimo gesto
como o rufar das folhas de um pé de avenca
evoé meu caro poeta!
AS VEZES O SILÊNCIO FALA MAIS DO QUE QQUER DISCURSO, ADOREI SEU BLOG
FRED, VOU SER UMA ANDANTE CONTINUA POR AQUI, VC ESTÁ NO MEU MAS, EU GOSTARIA DE SUA MAGNANIMA OPIÃO Á CERCA DOS MEUS PARCOS ESCRITOS, QUE UM DIA ESPERO CHEGAR PELO MENOS NA MESMA ESQUINA QUE VOCÊ.
O SILÊNCIO VALE OURO E PODE-SE OUVIR MUITAS COISAS ATRAVÉS, DELE.
ABRAÇOS
LI
Fred! Lembra que do meu gatinho que chamei de Fred em sua homenagem? Olha como ele tá grandão:
http://paulaglass.blogspot.com/2009/04/fred.html
Veja como ficou o nome dele.. hehehe
Beijo, querido.
Obrigado, Fernando.
Deixou-me muito contente o seu comentário.
Abração
Eu não sou muito bom como crítico, Ináia, por isso costumo apenas ler os blogs, mas, já que você pede, comentarei os seus textos.
Agradeço-lhe a visita, leitura e comentário.
Volte sempre.
Beijos
Não vou mentir pra você, Pri: eu estava esquecido da homenagem, mas me lembrei e fui ao blog da Paulinha conferir a foto do Xará.
Obrigado, amiga.
Beijocas
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