FUTURO
“Na lente transparente
Olho de perto
a semente
Desenho de gente
Desígnio
Destino
O que será
desse menino?”
Rossana
em Batom e poesias
“Na lente transparente
Olho de perto
a semente
Desenho de gente
Desígnio
Destino
O que será
desse menino?”
Rossana
em Batom e poesias

não sei quem é o autor da ilustração
se não temes o perigo
abraça-te ao menino
que está com a arma na mão
talvez a tua coragem
faça-o ver um irmão
não um outro inimigo
talvez assim escape à sina
de outros tantos meninos
na mesma situação
quiçá não se sinta condenado
à rotina da morte precoce
nas drogas, no crime, na prisão.
Fred Matos
29 comentários:
Esta sua poesia tocou uma corda sensível e ... bem que tragédia a desses meninos de rua de quem já ninguém quer ouvir falar quanto mais pensar... obrigada por escrever em nome deles :) Abraço grande
Um tema difícil e doloroso, que pode ser visto por um lado mais lírico, como eu mesma fiz no Inscrições, mas me parece digno de uma abordagem assim como a sua, mais direta e aberta.
Haja coragem, Fred!
Beijo.
O meu, Ma Grande Folle de Soeur , não teria acontecido sem o de Rossana, cujo título é "futuro" e antecede o meu na postagem.
Agradeço-lhe por vir, ler e comentar.
Ótima semana.
Beijos
Antes de responder aqui, corri ao Inscrições. Ainda bem que você me chamou a atenção, Adelaide. De fato, você imprimiu um lirismo que é difícil usar em tema tão pungente.
Agradeço-lhe a visita, leitura e comentário.
Ótima semana.
Beijos
Perfeito. Como tudo por aqui...
Gosto muito de ler-te!
meu beijoo!
Poesia forte e realista...
Oi Fred!
Depois de um tempinho ausente, hoje dei uma passadinha por aqui pra ver as novidades. Gostei, poemas fortes e bem escolhidos, como sempre.
Aproveito pra te desejar uma ótima semana, bem inspiradora, tá?
Beijoca!
Transformar desespero em poesia é resultado de sensibilidade grande.
São cenas conhecidas, que calam o coração. E essas tuas palavras, reverberam...
Lindo, Fred!
Quando leio poemas como os que aqui aprecio, penso quão imensa é a nossa cegueira e impotência diante quadros duramente concretos.
Triste ver nossas crianças nos caminhos do abandono e da marginalidade. Como mulher, mãe e educadora sinto-me amplamente comovida e, de certa forma, egoísta nos altos de meu mundo azuladamente cor-de-rosa...
Um beijo, Fred.
H.F.
Tão honrada com meu poeminha na tua casa...
Ainda mais comovida com o seu poema que "complementa" de forma ainda mais brilhante e pungente a terrível sina de nossas crianças, fadadas ao desamparo ao descaso.
Que um dia essa realidade mude.
Um beijo enorme e cheio de esperança.
Rossana
dramatico, pobres dos meninos...dificl de resolver mas tem que tratar MUITO,até chegar a uma soluçao humana!!
que bom fred que voce, escreveu o que escreveu!!!
beijos
Esses dois poemas que seguem o mesma tema dão uma dimensão do outro lado da história. Às vezes gostaria de abraçar um menino desses, de verdade, mas o medo da bala sair antes me imobiliza.
Tenho alunos que assaltam, matam e consigo me entender com eles muito bem, até gostam de mim.
Aí me vem a história de Bortolotto e tantas outras e me vem a revolta.
Tudo é tão paradoxal como a nossa vida, como a vida dessas crianças.
Sei lá, me sinto impotente e sensível. Beijos.
menino,
como você cresceu
corajoso
bate no peito, fala alto
sabe o que tem que fazer
pra impor respeito
menino,
como você cresceu
esperto
sabe se virar, malandro
dribla toda adversidade
pra manter-se vivo
menino,
como você cresceu
armado
acostumado a um mundo de medo, ódio e morte
sabe atirar, se necessário for
e sabe,
ainda que inconscientemente,
que todos sao culpados
por teu crescimento rápido
pela morte do menino
e o nascer
de um criminoso
Ainda vou trabalhar melhor essa idéia que surgiu. Obrigado pela inspiraçao*. (E me perdoe a falta do til.)
1[]!
tudo o que esses meninos precisam é do carinho que cabe num estender de mãos.
beijo.
Agradeço-lhe, Essência, e fico contente por você gostar.
Beijos
Agradeço-lhe pela visita, leitura e comentário, Flor.
Beijos
Obrigado, Tânia. É sempre bom receber-te.
Beijos
Deixa-me comovido, Moni.
Obrigado.
Beijos
"e, de certa forma, egoísta nos altos de meu mundo azuladamente cor-de-rosa..."
Sinto-me assim também, às vezes, Hercília, e me pergunto se poderia fazer mais, e sabendo que sim, me pergunto por que não faço, e faço poesia, que, infelizmente, não ajuda muito, até porque não tem o acalce necessário para mudar a mentalidade de pessoas que poderiam fazer muito e parecem não ver a realidade.
Agradeço-lhe por vir, ler e comentar.
Beijos
A honra é minha Rossana. Este seu poema não é exceção: em geral eu gosto muito da sua poesia e ontem aconteceu de ocorrer-me uma espécie de "resposta" ou de "complemento" ao seu poema, nada mais natural, portanto, que trazê-lo para cá.
Agradeço-lhe, amiga.
Beijos
Talvez devêssemos aceitar que as coisas mudam lentamente e não na velocidade que gostaríamos, Myra, mas é inquietante, é doloroso, é triste, observar que muito pouco tem sido feito para solucionar o problema das crianças que vivem nas ruas e cujo destino, raríssimas exceções, é o crime, as drogas, a morte precoce.
Agradeço-lhe pela leitura e comentário.
Beijos
Adriana,
Você como sempre se mostra uma leitora atenta: o meu poema é exatamente sobre esta situação pendular, entre a vontade de ajudar e o medo de se tornar vítima.
Obrigado.
Beijos
Gostei do poema, J.F.
Obviamente sempre se pode melhorar.
Agradeço-lhe pela visita, leitura, poema e comentário.
Abraços
Pode ser que precisem mais que carinho, Renata, mas, com certeza, carinho é fundamental.
Fico contente por sua visita, leitura e comentário.
Obrigado.
Beijos
Lindas Poesias!E obrigada pela força no meu blog!beijos
Jacqueline,
Cheguei por acaso ao seu blog e, apesar de não conhecê-la, fiquei preocupado, até porque eu tenho uma filha que tem a sua idade.
Uma coisa só o tempo ensina, e eu já tenho quilometragem suficiente para saber: nada, nenhuma dor, nenhuma amargura, dura para sempre. Infelizmente as coisas boas também são passageiras e a vida é esta alternância entre bons e maus momentos. Cumpre-nos gozar os bons momentos e suportar os momentos ruins. Desistir nunca.
Espero que você já esteja vivendo dias melhores, e se não estiver, que tenha paciência para esperar que a tempestade passe.
Deixou-me contente que tenha vindo me visitar, que tenha gostado dos poemas e que passe a acompanhar o blog.
Fique bem, menina.
Beijos
Fred
Este diálogo poético entre você e a Rossana ficou muito bonito, apesar da triste realidade que ele espelha!
Triste sina... que estas "sementes" possam germinar em terras mais propícias!
Bjão nos dois!
Tomara que possam, sim, Wania.
Agradeço-lhe por vir, ler e comentar.
Beijos
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