domingo, abril 11
fênix
foto: J.Caribé
para o amigo Robert Allen Zimmerman
sinto que somos da mesma instável essência
à procura do monótono prazer da morte
nas mãos e nos olhos o peso da inocência
perdida na obsessão desta dialética fúnebre
do precário equilíbrio entre emoção e arte
debruço-me sobre este objeto: o universo
que oculta-se concentrado nas coisas minúsculas
: a árvore ainda semente no bico do pássaro
: o imo do oceano na matutina gota de orvalho
: um anseio de humanidade na face do monstro
vejo que a vida é uma vidraça manchada de sangue
refletindo as forasteiras imagens desfiguradas
pelos conceitos estúpidos que nos doutrinam
tornando-nos meras peças da máquina do medo
organismo paradoxal que nos aprisiona e incita
através das idades a morte nos corre nas veias
mas sinto a cada instante uma nova hipótese
arrastando consigo mil milhões de lúcidos braços
brotando com a fúria das tempestades decisivas
feito o fogo de Fênix renascendo das suas cinzas
o outro é, em consequência, o próprio que se observa
e a máquina que era deus é agora a sua serva
Fred Matos
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40 comentários:
fantastico poema, um pouco tragico,mas é assim mesmo... com umas metaforas que adorei,...eu admiro muito voce!!!!
beijos e tem coisas novas nos meus dois blogs!!!
beijos
Você é muito gentil, Myra. Obrigado.
Vou logo em seguida visitá-la.
Bom domingo.
Beijos
"o imo do oceano na matutina gota de orvalho" -
muito bom, ele todo!
Fred,
um belíssimo poema .Debrucei faminta nos versos, na essência do ser,.do universo e do substancioso e rico reino das palavras, da arte e da emoção Obrigada
Obrigada pela agradável visita e gentil comentário. Beijos e ótima semana.
Você hoje está pra baixo, Fredinho?
Brincadeirinha.
Ammmmmmeeeeeeeeiiiiii o poema.
Beeeeeeeeiiiiiiiiiiiijjjjjjjoooo.
"perdida na obsessão desta dialética fúnebre do precário equilíbrio entre emoção e arte".
Fred, acho que esse resume o maior dilema dos artistas - incluindo-se aí a razão. Encontrar o equilíbrio nessa tríade não é simples, não é fácil e é latente demais, sabe?
Obrigada por usar a foto, ela ficou boa com o poema. E sinta-se à vontade para usar minhas fotos sempre que achar que deve.
Um beijão.
Fred!
Que beleza de poema!
Como me identifiquei com ele. Acho que trago em mim a mesma essência, o louco desejo de morrer na mesma urgência dos ventos.
Amei!
Forte, mas límpido!
Beijos
Mirse
Lindo,admirável,eu preciso morrer para enfim reviver, quer morte pior que a do amor, do romance nunca vivido,eu preciso desfazer do que é anormal, eu preciso renascer dessas cinzas!
"muito bom, ele todo!"
Fico contente que goste e agradeço-lhe por vir e comentar.
Ótima semana
Beijos
Viajando pelos blog te achei. Não me arrependi! Encontrei textos riquíssimos!!
É notável a urgência de um renascimento em seu poema!! Brilhantemente inspirado!
Abraço, Sol
Obrigado, SAM, pela visita e comentário. Espero vê-la aqui outras vezes.
Ótima semana.
Beijos
"Você hoje está pra baixo, Fredinho?"
Claro que não, Carlinha. Os poemas não refletem necessariamente o meu estado de espírito. Raramente isso ocorre.
Grato por vir e comentar.
Ótima semana.
Beijos
"Obrigada por usar a foto, ela ficou boa com o poema."
Sou eu que te agradeço, Juliana. A foto já tinha me chamado a atenção antes (e a curiosidade ainda não satisfeita: de qual bicho é este olho?) e quando o poema ficou pronto me lembrei dela imediatamente.
Ótima semana.
Beijos
"Como me identifiquei com ele. Acho que trago em mim a mesma essência"
Essa é a essência humana, Mirse, (a eterna peleja entre Eros e Thanatos), talvez mais acirrada e explícita nos artistas, mas não exclusiva deles.
Grato por sua visita e comentário.
Ótima semana.
Beijos
De certa forma, Michelle, todos morremos e renascemos a cada dia, ou, pelo menos, temos à disposição o livre-arbítrio de fazê-lo.
Agradeço-lhe por vir e comentar.
Ótima semana.
Beijos
Fico contente que tenha chegado aqui e que goste do blog, Solange.
Volte sempre.
Grato pela visita e comentário
Ótima semana
Beijos
Fred,
Obrigada pela gentil visita.
Há momentos que necessitamos nascer das cinzas...
Boas energias!
Mari
Tenho tentado ir ao seu blog em outras oportunidades e não estava conseguindo entrar, Mari. Hoje tive sucesso.
Grato por vir e comentar.
Ótima semana
Beijos
Para cada conceito estúpido uma nova hipótese...
Fred, você é brilhante, e tudo o mais que se disser é pouco.
bj
Rossana
Brilhante é a sua generosidade, Rossana.
Obrigado, amiga.
Ótima semana.
Beijos
Apesar de achar um pouco trágico, adorei! Está lindo!!!
adorei seu poema, poderia publicar alguns no meu blog?
Abraços e parabéns pelo blog.
Fortíssimo, Fred. Humanessência...
Beleza de poema. Bjo.
do precário equilíbrio entre emoção e arte
...
o outro é, em consequência, o próprio que se observa
e a máquina que era deus é agora a sua serva
Fantástico, Fred. Que diabos eu fazia tanto tempo longe daqui?! ;(
Beijo grande.
Obrigado, Tainã.
A tragédia é uma faceta da condição humana.
Ótima semana.
Beijos
Pode sim, Valéria. Só peço que quando o fizer me avise, para que eu possa lamber a cria. (risos).
Agradeço-lhe por vir e comentar.
Ótima semana.
Beijos
Que bom que você gostou, Nydia. Fiquei contente com a sua visita e comentário. Obrigado.
Ótima semana.
Beijos
"Que diabos eu fazia tanto tempo longe daqui."
Eu sei. Entre outras coisas, fazendo poemas belíssimos, Márcia.
Grato por vir e comentar.
Ótima semana.
Beijos
Hola soy Nati,estoy visitando algunos blog al azahar y me he encontrado con el tuyo, me he quedado asombrada que interesante y bonito es, tiene algo que otros no tienen y eres TÚ.
Tú lo haces personal y diferente y ¡uff! sorprende de verdad, te Felicito y me quedo como segidora.
Yo tengo un blog que me gustaria que conocieras se llama:"LOS CUENTOS DE NATI".Si te gusta estás invitad@ a quedarte, sería un honor para mí y mi casa está abierta las 24h y los 365 días.
Hasta pronto besos Nati.
Nati,
Agradeço-lhe pelo gentil comentário e por acompanhar o nas horas e horas e meias.
Certamente que visitarei o seu blog e o acompanharei também.
Ótima semana.
Beijos
Fred, o olho é de uma hipopótama! E as gotinhas vermelhas - que eles têm pelo corpo todo - são suor.
Beijocas.
Bem que Dila disse que era de hipopótamo, o olho.
Eu também não sabia que o suor do hipopótamo é vermelho.
Obrigado, Juliana, pela informação e, mais uma vez, pela foto.
Ótima semana.
Beijos
caramba,que poema!
...morrer e viver! há infelizes...que se sentem mortos
...em vida!..há os que esperam na morte...a continuidade da vida!
...cinzas e cinzas...seremos!
o "depois"...um dia saberemos!
salve o olho que nos olha e vê.
bj
taniamariza
"...morrer e viver! há infelizes...que se sentem mortos
...em vida!..há os que esperam na morte...a continuidade da vida!
...cinzas e cinzas...seremos!
o "depois"...um dia saberemos!"
Caramba, que comentário maneiro, Taniamariza.
Obrigado, amiga.
Ótima semana.
Beijos
Muito, Muito bom mesmo!
Te sigo e volto...
Beijossss!!!
Obrigado, Amanda. Volte sim, ficarei contente.
Beijos
cara, vc arrasa sempre!
"cara, vc arrasa sempre!"
É efeito do álcool (risos).
Obrigado, Caipirinha.
Beijos
Oi!
Obrigada por ter concordado em ceder um poema!
Adorei o que publiquei no meu blog:
http://valpinturas.blogspot.com/2010/05/fenix.html
Oi, Valéria.
Agradeço-lhe por divulgar o meu trabalho.
Obrigado.
Beijos
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