sábado, abril 3
pedra
foto: Mário Cravo Neto
vêm no vento
aromas inusitados
como se fosse
o universo
colônia de corais
e sons que soam
sinfonia de náufragos
e nuvens
prenhes de sais
mas há mais
há mais que o pó do asfalto
mais que a umidade do mato
mais que crianças nuas
mais que rosas pálidas
mais que palavras duras
mais que a jóia rara
há mais que o sangue derramado
que as angústias humanas
que a embriagues
que a loucura
que os sonhos
que estrelas
que canções
que a lâmina aguda
cravada
na primeira pedra
que caiu da minha mão.
Fred Matos
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8 comentários:
... e o que deixas por escrever é sempre o que eu gosto mais de ler!...
Beijo
"... e o que deixas por escrever é sempre o que eu gosto mais de ler!..."
Deixo por escrever o que deve ser "escrito" por quem lê.
Obrigado, amiga.
Beijos
Que bonito!
Na frieza da pedra,
um momento epifanicamente
(existe essa palavra?)
sutil e delicado.
Grande abraço!
Se não existia, existe agora, Marina. Deriva-se de epifania, que significa, segundo o Aurélio, 1. Aparição ou manifestação divina 2. Festividade religiosa com que se celebra esta aparição. 3. Dia de Reis
Portanto, "um momento epifanicamente sutil e delicado." pode se traduzir por um momento sutil e delicado de manifestação divina".
Sendo assim, agradeço-lhe pela visita epifanica e gentil comentário.
Beijos
Fred, é maravilhoso!!!estas linhas me deixaram simplemente comovidas!!!!
...eu que coleciono pedras...
abrazo enorme
"eu que coleciono pedras"
Quando eu tiver um sítio, uma chácara, ou mesmo uma casa com um grande jardim, se isso ocorrer um dia, reservarei uma boa área para uma instalação com pedras, água e areia.
Beijos, Myra
Maravilhoso, Fred!
Há sempre mais no que vem no vento.
Há sempre mais em tudo, só poucos dixam escapar.
Parabéns, poeta!
Beijos
Mirse
Mirse,
Você sempre gentil.
Obrigado, amiga.
Beijos
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