ilustração: Jan Saudek
aqui jaz
um ninguém
nascido verbo
morto talvez
por uso vago
oremos por ele
neste calvário
Fred Matos
publicado em "Anomalias".
Editora Kelps
Setembro/2002
um outro jeito de ler
aqui jaz um
ninguém nascido
verbo morto
talvez por uso vago
oremos por ele neste calvário
Fred Matos
30 comentários:
Gosto mais do primeiro, Fred. Mas o segundo é mais direto. Muito bons.
Beijo.
Eu também prefiro a versão original, Dade, mas acho interessante arrumar as mesmas palavras de outra maneira, e de ver que até onde se pode mudar o sentido apenas com a mudança de ritmo produzida pelo novo arranjo.
Grato por vir e comentar.
Beijos
Muito interessante, Fred essa possibilidade de rearrumar as palavras. São dois poemas, gosto mais do primeiro, mas acho que gosto ainda mais dessa possibilidade do confronto.
Abraços,
Tânia
Bravíssimo Fred!
Quase um palíndromo. Ficou linda a maneira de poder mudar. Tão linda que esqueci do "epitáfio".
Gosteis dos dois, mas se por votação, fico com o segundo.
Beijos
Mirze
Uma outra pontuação, e já estamos lendo sentidos diversos. Gostei muito da proposta! Um beijo, Deia.
Perturbador e muito interessante.
O fim de verso no poema funciona como um sinal de pontuação e a sua alteração influi completamente o sentido da mensagem.
L.B.
Ambas as formas boas de ler.
E a foto que você colocou é muito boa.
Abraço,
gosto dos dois. e quero me afogar. lembrei dos ótimos epitáfios do leminski, pro corpo e pra alma.
beijos e força ;)
é de arrepiar.
Fred, gostei muito dessa possibilidade do rearranjo
prefiro o primeiro, mas o segundo tem uma beleza dura, que corta feito faca
beijos
Lindíssimo, Fred. Fiquei particularmente tocada pela maneira como os versos são apresentados na segunda forma "ninguém nascido/ verbo morto...". Há momentos em que as palavras parecem se dar feito presentes ao poeta, não é? Lindo de ler, é desses que ardem. Bjos!
um outro modo de ver
aqui um jazz
um talvez
irascível verbo
mesmo morto
em inútil vaga
brindemos por ele
neste calvário
desculpe-me a ousadia da contra-música,
abraço
Tânia,
Certa vez, faz muito, um poeta amigo reclamava que já não tinha assuntos, que se sentia como se já tivesse dito nos seus poemas todas as coisas que queria e podia dizer. De fato, são poucos, muito poucos os “assuntos” para a poesia, ou seja, é restritíssima a gama de sentimentos humanos, conquanto cada pessoa possa considerar o seu próprio sentimento como único e original. Então eu disse a ele que continuasse se repetindo, porque o que conta na poesia é a maneira como a coisa é dita, é na maneira de dizer que podemos ser originais.
Agradeço-lhe por vir e comentar.
Beijos
Mirse,
Será que a preferência por ou por outro tem a ver com algum componente psíquico do decifrador da mensagem? O segundo poema me parece imprimir um tom mais niilista ou, como disse a Adelaide no comentário dela: mais direto.
Grato pela visita e comentário.
Beijos
Obrigado, Déia, deixa-me contente que goste.
Beijos
Que bom que você gostou e comentou, Bípede.
Obrigado.
Beijos
É assim que se faz a mágica, Lídia.
Grato pela visita e comentário.
Beijos
Obrigado, Rodrigo.
Bom vê-lo aqui.
Abração.
Ê! Nina. Obrigado, querida.
Beijos
Arrepiemo-nos então, Rízia.
Agradeço-lhe vir e comentar.
Beijos
É isso, Andréa: o “segundo corta como faca” talvez por cortar como bisturi é que eu também prefiro o primeiro.
Grato pela visita e comentário.
Beijos
”Há momentos em que as palavras parecem se dar feito presentes ao poeta, não é?”
Algumas vezes acontece mesmo Daniela, mas no mais das vezes a singeleza é fruto de muito suor.
Obrigado por vir e comentar.
Beijos
Não tem que se desculpar por nada, Assis. Gostei da sua versão e gostei de que você a fizesse.
Obrigado.
Abração
Un poema brutal, Fred. Crec que tens una especial habilitat en trobar les fotografies dels poemes (a la inversa).
Obrigado, Lluís. Às vezes encontro imagens que parecem se adequar aos poemas, outras vezes não, mas me esforço para encontrá-las.
Grande abraço
Olá Fred. Obrigada pela visita... Eu também nasci em Salvador, mas em 1961. Tenho saudades de lá (vivo na Europa há 25 anos, mas tenho programado meu regresso).
Obrigada pelo coment. Fiquei com vergonha pelos erros ortográficos ocasionado de uma escrita que vinha do peito e não teve tempo de dar a devida atenção ao bem escrever...
Mas compreendi que você percebeu a mensagem. Obrigada, meu querido.
(Estou na Sala dos Sonhos. É só escrever no Google).
Um beijo muito grande para ti,
já sou sua fã)
Joice Worm
Eu que te agradeço, Joice.
Ótima semana.
Beijos
Interessante seu blog. É bem original!
Eu achei lindo os dois mas o adaptado está melhor :)
Stéfani
Obrigado, Stéfani. Bom saber a sua opinião.
Ótimo fim de semana.
Beijos
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